A análise por Fluorescência de Raios X (XRF) é uma técnica analítica poderosa que nos possibilita explorar a composição de diversos materiais. Embora suas aplicações se estendam por diversos campos, é particularmente intrigante investigar como a análise por XRF desvenda os mistérios que envolvem o patrimônio cultural e a história das civilizações.
A análise por XRF atua como uma porta de entrada para o passado, permitindo-nos obter compreensões sobre as origens e a importância cultural desses objetos preciosos. Ao examinar a composição elementar dos materiais, a análise por XRF oferece uma lente única através da qual podemos compreender as histórias e contextos presentes nos artefatos antigos. Descobrir a história por trás da criação de cada objeto, sua origem e os meios para preservá-lo para as futuras gerações são objetivos que todos compartilhamos.
Nos parágrafos seguintes, aprofundaremos nas capacidades da análise por XRF e em como desempenha um papel vital na revelação dos segredos de nosso mundo antigo. Desde a determinação da composição de pedras preciosas até o estudo das antigas rotas comerciais, a análise por XRF abre novas dimensões no estudo da história das civilizações e preservação do patrimônio cultural.
Para saber mais sobre o funcionamento da Técnica de Raios X leia: Como a técnica de XRF Funciona?
O Poder da Análise por Fluorescência de Raios X
A análise por XRF opera no princípio fundamental de medir os raios X característicos emitidos por materiais quando expostos a raios X de alta energia. Essa técnica nos permite determinar a composição elementar de uma ampla variedade de materiais, incluindo cerâmicas, pigmentos e metais. Sua versatilidade possibilita aos pesquisadores investigar a composição química de artefatos arqueólogos, fornecendo insights valiosos sobre sua composição e técnicas de fabricação
Uma das características notáveis da análise por XRF é sua natureza não destrutiva. Ao contrário de métodos analíticos tradicionais que podem exigir extração ou alteração da amostra, a análise por XRF pode ser realizada diretamente no objeto, preservando sua integridade e minimizando qualquer dano potencial. Isso é de extrema importância ao lidar com artefatos raros ou frágeis que não suportam procedimentos de teste invasivos.
Através da identificação precisa e quantificação dos elementos presentes nos materiais, a análise por XRF fornece aos pesquisadores uma riqueza de dados. Essas informações podem revelar os segredos da habilidade artesanal antiga, lançar luz sobre a tecnologia disponível durante períodos específicos e fornecer pistas sobre o contexto cultural e histórico em que os objetos foram criados.
A Obsidiana e Suas Características
A obsidiana desempenha um papel crucial na arqueologia pré-histórica, sendo um vidro vulcânico altamente valorizado na bacia do Mediterrâneo por suas qualidades distintas. De acordo com relatos de Plínio, o Velho, que remontam ao século I a.C., este vidro natural recebeu seu nome em homenagem ao comerciante e explorador romano Obsius ou Obsidius, que o encontrou na Etiópia.
A obsidiana é uma rocha ígnea extrusiva, formada quando o magma vulcânico é expelido e resfria rapidamente ao entrar em contato com o ar ou a água. Esse processo de resfriamento rápido impede a formação de uma estrutura cristalina, resultando em uma organização aleatória dos átomos, semelhante à de um líquido super viscoso. Por essa razão, a obsidiana é considerada um tipo de vidro natural, com propriedades muito semelhantes às do vidro produzido pelo ser humano.
Este vidro vulcânico era altamente valorizado pelas antigas civilizações devido a duas qualidades distintas: seu brilho, que podia variar de preto predominante a tons de verde, azul e vermelho, dependendo dos tipos de óxidos presentes. Esse brilho o tornava um material perfeito para a produção de joias.
Além disso, a obsidiana apresenta uma tendência peculiar de quebrar com uma estrutura curva e lisa, resultando em arestas extremamente afiadas. Essa característica tornava a obsidiana muito útil na confecção de lâminas e pontas de armas.
Rastreando as Rotas Comerciais Pré-Históricas: A Importância da Obsidiana
A partir de aproximadamente 6000 a.C., a obsidiana era extraída em blocos de fluxos de lava e processada para a fabricação de pontas de flechas e lanças, facas e raspadores para trabalhar couro.
A obsidiana foi considerada uma moeda de troca tão valorizada a ponto de receber o apelido de “ouro negro pré-histórico”. Esse material de tradição milenar, que teve um impacto significativo na evolução das principais civilizações antigas, desde as mesopotâmicas até as egípcias, e até mesmo as pré-hispânicas americanas.
O estudo de fragmentos de obsidiana, atribuíveis a vulcões ou depósitos específicos, também contribuiu para a reconstrução de antigas rotas comerciais, revelando uma rede comercial verdadeiramente surpreendente para a época. Um exemplo notável é a obsidiana chilena do vulcão Chaitén, que foi encontrada a mais de 400 km de distância de seu depósito original. Esse fenômeno evidencia a extensão das antigas rotas de comércio e destaca a importância da obsidiana na conectividade e intercâmbio entre diferentes regiões e culturas antigas.
TRACER 5g: Fluorescência de Raios X e a Determinação Elementar
O espectrômetro XRF TRACER 5g da Bruker é uma solução ideal para realizar análises não invasivas em diversos ambientes, desde locais específicos até espaços de coleção, como museus, e laboratórios. Com o TRACER 5g, é possível realizar a quantificação de oligoelementos cruciais na identificação da origem da obsidiana, tais como rubídio (Rb), estrôncio (Sr), zircônio (Zr), ítrio (Y) e nióbio (Nb). Além disso, elementos como ferro (Fe), cobre (Cu), zinco (Zn) e outros elementos menores e maiores também podem contribuir para a atribuição de artefatos às suas prováveis fontes de matéria-prima.
A análise quantitativa dos oligoelementos, especialmente voltada para a determinação da proveniência da obsidiana, é realizada por meio de uma calibração de matriz específica, desenvolvida em colaboração com um laboratório de arqueometria nos Estados Unidos. Essa abordagem permite a rápida determinação das composições dos oligoelementos sem a necessidade de processamento posterior.
Com o crescente interesse na origem de ferramentas e objetos feitos de diversos tipos de rochas, como rochas vulcânicas não areníticas, sílex, arenito, sabão e jadeíta, a análise composicional não destrutiva torna-se essencial para caracterizar esses objetos e criar conjuntos de dados robustos para sua associação a potenciais áreas de origem.
O espectrômetro XRF TRACER 5g oferece uma abordagem completamente portátil para análise e quantificação de dados, proporcionando flexibilidade e conveniência durante as investigações.
TRACER 5g: Análise rápida, precisa e em qualquer lugar!
Além disso, o Espectrômetro Portátil TRACER 5g permite controle completo da corrente e da tensão, permitindo otimização da análise. Além de possuir uma automatização da troca de filtros de 5 posições, dando a possibilidade de utilizar filtros projetos pelo próprio consumidor.
E mais, as medições podem ser feitas em diversas atmosferas diferentes, no ar, vácuo ou atmosfera de hélio, isso pode ser escolhido de acordo com as necessidades do usuário.
Bem como dentre suas características inovadoras, destaca-se também: a tela touchscreen integrada, um tubo de Raios X de 50kV, uma geometria otimizada de Raios X SharpBeamTM, detector SDD (Silicon Drift Detector) ou Detector por Deriva de Silício, além da janela de grafeno, corpo robusto e blindado contra umidade e poeira, possibilitando uma longa duração.
O TRACER 5g possui a sensibilidade 3x maior que as versões anteriores!